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Fim do Mundo? Geleira do ‘Apocalipse’ pode estar perto de sofrer colapso

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A geleira Thwaites, que é praticamente do tamanho do Paraná ou da Grã-Bretanha, está sob vigilância constante – e trabalhos publicados no início de setembro mostram que parte dessa estrutura gigantesca pode desmoronar mais rápido do que o esperado.

Com o derretimento completo deste colosso, o nível do mar pode subir entre 0,9 e 3 metros, prevêem os cientistas.

E isso, por sua vez, pode ameaçar cerca de 40% da humanidade que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), vivem em regiões litorâneas ou próximas ao mar.

Para chegar a essas conclusões, um grupo de cientistas de vários países decidiu analisar o passado dessa geleira para prever como será seu futuro.

O artigo, publicado na revista Nature Geoscience, detalha o trabalho de pesquisa realizado por especialistas de várias instituições dos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia. 

Eles analisaram o fundo do mar perto da geleira e as formações geológicas encontradas lá.

Para fazer isso, eles recorreram a Rán, um robô motorizado laranja que pode suportar temperaturas e pressões extremas. 

Durante uma expedição de 2019, o equipamento passou 20 horas coletando imagens e dados do fundo do mar ao largo de Thwaites, conhecido em inglês como Doomsday Glacier (ou ‘geleira do fim do mundo’, na tradução livre).

Durante esse tempo, ele vasculhou uma área correspondente à cidade de Houston, nos Estados Unidos, a uma profundidade de 700 metros. 

Isso permitiu que os cientistas obtivessem pistas sobre o passado das geleiras, incluindo momentos em que também ocorreram recuos e derretimentos significativos.

Este foi um estudo inovador do fundo do mar, só possível graças aos recentes avanços tecnológicos“, disse a oceanógrafa física Anna Wåhlin, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, em um comunicado à imprensa. 

As imagens coletadas por Rán nos dão informações importantes sobre os processos que ocorrem na junção entre a geleira e o fundo do mar“, acrescenta.

Resultado dos estudos sobre a geleira Thwaites

A varredura marinha descobriu 160 cumes paralelos que são vestígios geológicos em antigos recuos glaciais. 

É como olhar para um medidor de maré no fundo do mar“, resumiu o geofísico marinho Alastair Graham, da Universidade do Sul da Flórida, EUA, e principal autor do artigo.

Fiquei realmente impressionado com a beleza dos dados obtidos“, acrescenta. 

Segundo especialistas, as novas informações servem como uma espécie de “bola de cristal” sobre a geleira Thwaites: ao revelar o que aconteceu no passado, essas informações ajudam a entender o que pode acontecer no futuro próximo.

Em algum momento nos últimos 200 anos, as geleiras perderam contato com o fundo do mar e foram recuando (ou desmoronando) a uma taxa de 2,1 quilômetros por ano. 

Esse fenômeno teria ocorrido em um curto período de tempo, menos de seis meses.

A velocidade de recuo de 2,1 km por ano representaria o dobro da taxa documentada por imagens de satélite entre os anos de 2011 e 2019. 

“Os resultados sugerem que a geleira sofreu recuos muito rápidos nos últimos dois séculos”, concluiu Graham.

A Thwaites está realmente segurando a ponta dos dedos hoje, e devemos estar preparados para grandes mudanças em pequenos períodos de tempo no futuro – mesmo de um ano para o outro“, disse o geofísico marinho Robert Larter, co-autor do artigo e membro do o grupo de pesquisa. Antártica Britânica.

Ilustração da Antártida
Representação ilustrativa da Antártida.

Obviamente, os resultados precisam ser confirmados por outros estudos nesta área. No entanto, a pesquisa significa uma mudança de perspectiva, dizem os especialistas.

As camadas de gelo da Antártida eram anteriormente consideradas lentas para responder às mudanças no ambiente – mas evidências geológicas recentes mostram que isso pode estar acontecendo muito mais rápido do que o esperado.

O despejo de bilhões de toneladas de gelo no oceano a cada ano amplifica o impacto que essas mudanças podem ter em todo o mundo, principalmente nas cidades costeiras. 

Cientistas que analisam a região calculam que a perda total de Thwaites e geleiras próximas significaria um aumento de 0,9 a 3 metros no nível do mar.

Veja mais:

Sobre o autor  /  Tiago Menger

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