Após o resultado das eleições de 2022 para Presidente da República, a Caixa Econômica Federal mudou as regras e acabou cortando a liberação do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. A instituição suspendeu também outros tipos de crédito concedidos a clientes com maior risco de inadimplência.

Até o momento, a Caixa não se pronunciou publicamente sobre a decisão nem anunciou qualquer alteração no crédito consignado do programa. 

A modalidade de empréstimo foi anunciada após o primeiro turno das eleições e liberou bilhões de reais antes do segundo turno. No entanto, de acordo com as orientações internas dos bancos e algumas mudanças no sistema, houve uma redução acentuada na liberação dos valores dos empréstimos.

No dia 14 de novembro, a Caixa enviou comunicado interno às agências e correspondentes bancários, informando que havia atualizado a lista de impedidos de contratar o empréstimo do Auxílio Brasil. Após esse procedimento, a oferta de novas aprovações de crédito foi drasticamente restringida.

Além do empréstimo do Auxílio Brasil, três outras linhas de crédito para clientes com maior tendência à inadimplência (“rating C” na classificação da Caixa) também foram interrompidas nas últimas semanas.

Segundo a Caixa, as mudanças nas regras de concessão do empréstimo ocorreram porque a concessão de crédito segue critérios internos de governança baseado no contexto de mercado, no acompanhamento de seus produtos e nas estratégias do banco.

O crédito consignado do Auxílio Brasil foi aprovado pelo Congresso Nacional no mês de julho. No entanto, a liberação dos empréstimos só começou após o primeiro turno das eleições. 

A medida possibilita o desconto automático de até 40% do valor que é recebido pelo Auxílio Brasil, levando em consideração o valor de R$ 400. A Caixa é a única estatal autorizada a conceder o crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil.

Nos três primeiros após a liberação do crédito, a Caixa disponibilizou cerca de R$ 1,8 bilhão para cerca de 700 mil beneficiários do Auxílio Brasil. No entanto, os valores chamaram a atenção do Ministério Público e do TCU (Tribunal de Contas da União), no qual pediu a suspensão da modalidade do empréstimo. 

Em documento enviado pela Caixa ao TCU e publicado pelo jornal O Globo, até dia 21 de outubro, o banco havia liberado R$ 4,3 bilhões para o empréstimo do Auxílio Brasil.

Em 1º de novembro, o banco suspendeu temporariamente a análise de novos empréstimos devido ao processamento da folha de pagamento do Auxílio Brasil. 

A Caixa anunciou que o empréstimo retornaria no dia 14 de novembro, mas nesse dia foram feitas alterações que limitaram o número de beneficiários que podem pedir o consignado pela Caixa.

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