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No Brasil, fraudes bancárias devem gerar prejuízos de 2,5 bi em 2022

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O volume de fraudes no sistema financeiro nacional deve chegar a R$ 2,5 bilhões neste ano. E a estimativa pressupõe que parte significativa desse valor – cerca de R$ 1,8 bilhão, ou mais de 70 – tem a ver com o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), que entrou em operação em 2020 e se popularizou rapidamente.

No Brasil fraudes bancarias devem gerar prejuizos de 2,5 bi em 2022

Cresce estimativa de fraudes no país

A estimativa dos bancos para o final de 2022, obtida pela agência Estadão, leva em conta os dados até junho – período em que os casos de fraudes já somavam R$ 1,7 bilhão, dos quais R$ 900 milhões via Pix.

Fontes do sistema financeiro afirmam que esse número pode estar subestimado, pois nem todas as fraudes são relatadas aos bancos pelos clientes. Não há um número oficial consolidado, mas como as operações se tornaram mais digitalizadas durante a pandemia, estima-se que a fraude tenha triplicado em dois anos.

Pesquisa realizada pela Serasa Experian revelou que em maio de 2021 um total de 331,2 mil brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude, com mais de 176 mil casos (53,3) originados de contas bancárias ou cartões de crédito – dois meses antes, em março, o número era 79.900. O estudo analisa números relacionados a crimes como falsificação de identidade, abertura de conta e emissão não autorizada de cartão.

O braço antifraude do serviço de monitoramento de crédito da Boa Vista, Konduto, também identificou a gravidade do problema: só de janeiro a abril deste ano, foram cerca de 9 milhões de tentativas de fraude envolvendo clonagem de cartão de crédito e roubo de informações pessoais no comércio. Só em abril foram 2 milhões de eventos, 117 a mais que no mesmo mês do ano passado.

Tipos de fraudes financeiras

Além do roubo de dados por hackers, outro tipo de crime que vem crescendo no país é a fraude classificada como engenharia social, que consiste em manipular psicologicamente o usuário para que ele revele informações confidenciais, como senhas de cartões e contas. Um levantamento recente da Confederação Brasileira de Bancos (Febraban) apontou alta de 165 nesse tipo de golpe desde o início da pandemia. Segundo a associação, um em cada três brasileiros sofreu essa tentativa de golpe neste ano.

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A fraude financeira é um problema global que parece ser comparativamente mais grave no Brasil. Em um estudo de fevereiro de 2022, a IBM revelou que 31 dos brasileiros disseram ter sofrido algum tipo de fraude de cartão de crédito no ano passado. Na Alemanha, por exemplo, foram 7 e nos EUA 18.

O Brasil é um mercado hostil que tem um problema de segurança pública, diz Fabiana Saenz, especialista em segurança da Zetta, associação que representa as fintechs – start-ups do setor financeiro – no Brasil. Quando apresentamos casos brasileiros de fraudes em fóruns internacionais de cibersegurança, os estrangeiros ficam bastante impressionados com a forma como os criminosos trabalham aqui, diz José Luis Santana, chefe de cibersegurança do C6 Bank.

O diretor de relações institucionais do Nubanks, Bruno Magrani, diz que um grupo foi formado para discutir melhorias de segurança com o banco central. Fazem parte desse grupo Zetta, Febraban, Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamento), Abranet (Associação Brasileira de Internet) e ABBC (Associação Brasileira de Bancos).

Uma das ideias discutidas hoje é o bloqueio em cascata de contas atacantes. Uma das características dos criminosos é que eles movimentam dinheiro entre várias contas muito rapidamente. O processo atual de banir uma conta de vítimas de golpes é muito demorado. Nossa ideia é poder bloquear imediatamente as contas que encaminham o dinheiro por diferentes instituições financeiras, diz Magrani.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou sua preocupação com a questão das fraudes. Em audiência na Câmara dos Deputados, ele falou sobre o trabalho de coibir contas laranjas abertas com documentos de outras pessoas sem autorização. Esta é uma tentativa de melhorar o rastreamento de dinheiro roubado.

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Sobre o autor  /  Tiago Menger

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