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PEC da Transição precisa ser mais “enxuta” e estouro “só” de R$ 96 bilhões

A PEC da Transição foi avaliada por especialistas do mercado financeiro e publicada no jornal O Globo, após a entrada no Congresso.

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A PEC da Transição (Proposta de Emenda à Constituição) foi avaliada por especialistas do mercado financeiro e publicada no jornal O Globo nesta semana, após a entrada no Congresso. Segundo analistas, a PEC precisa ser mais “enxuta” e deve prever o estouro do teto de gastos de, no máximo, R$ 96 bilhões.

A PEC da Transição do governo Lula

O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou uma proposta que permitiria gastar R$ 198 bilhões fora do teto de 2023 garantindo o valor de R$ 600 para o benefício social do Auxílio Brasil, que deve voltar a se chamar Bolsa Família já em 2023. No entanto, os analistas do mercado financeiro consideram o montante, “explosivo” demais para os cofres da União.

Por outro lado, o senador Tasso Jerissati (PSDB-CE) apresentou proposta em que pretende elevar o teto de gastos para R$ 80 bilhões em 2023, menos do que o cálculo das equipes de transição, e assim, permitindo a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 no ano que vem.

Nelson Barbosa, ex- ministro e integrante da equipe de transição, defendeu os R$ 136 bilhões como sendo um valor aceitável, já que não causaria interferência na proporção gastos/PIB.

Relatório enviado ao mercado

Segundo relatório enviado ao mercado pelo economista Pedro Schneider (Itaú), R$ 96 bilhões devem ser suficientes para cumprir a promessa do presidente eleito Lula sem a necessidade de aumentos descontrolados da dívida pública.

Os R$ 198 bilhões (1,9 % do PIB) propostos na PEC 32/22, atualmente em tramitação no Senado, apontam uma expansão fiscal significativa no próximo ano“, disse o relatório. 

De acordo com o documento, o montante de R$ 96 bilhões “é mais do que suficiente para financiar as principais promessas de campanha e evitar cortes em alguns programas orçamentários“.

Divisão dos valores apresentado

A divisão anunciada pelos analistas deve ser a seguinte: 

  • R$ 52 bilhões ou 0,5% do PIB para manter o Auxílio Brasil em R$ 600; 
  • R$ 16 bilhões ou R$ 0,2% do PIB destinados ao valor adicional R$ 150 para as famílias com crianças de até 6 anos; 
  • R$ 9 bilhões ou 0,1% do PIB para o aumento real do salário mínimo em 1,4% em relação ao valor da proposta orçamentário, fixado em R$ 1.302;
  • R$ 8 bilhões ou 0,1% do PIB para o Farmácia Popular e outros gastos relacionados à Saúde.

Alertamos que um aumento de gastos sem compensação pode levar a um aumento significativo da dívida pública e prejuízos para a sociedade como um todo. Atualmente, projetamos um déficit primário de 1,5% do PIB em 2023 e um aumento de 4 pontos percentuais da dívida bruta para 78% do PIB, com um abono já elevado de R$ 100 bilhões (1,0% do PIB)“, diz o documento

Correr o risco de uma evolução desequilibrada da dívida do governo pode levar a um novo ciclo de baixo crescimento, inflação e juros altos, prejudicando principalmente aqueles que o Estado mais deveria proteger“, finaliza.

Veja mais:

Sobre o autor  /  Tiago Menger

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